domingo, 18 de outubro de 2009

Gota d'água (Chico Buarque)

Já lhe dei meu corpo, minha alegria

Já estanquei meu sangue quando fervia

Olha a voz que me resta

Olha a veia que salta

Olha a gota que falta pro desfecho da festa

Por favor

Deixe em paz meu coração

Que ele é um pote até aqui de mágoa

E qualquer desatenção, faça não

Pode ser a gota d'água

Deixe em paz meu coração

Que ele é um pote até aqui de mágoa

E qualquer desatenção, faça não

Pode ser a gota d'água

Já lhe dei meu corpo, minha alegria

Já estanquei meu sangue quando fervia

Olha a voz que me resta

Olha a veia que salta

Olha a gota que falta pro desfecho da festa

Por favor

Deixe em paz meu coração

Que ele é um pote até aqui de mágoa

E qualquer desatenção, faça não

Pode ser a gota d'água

Pode ser a gota d'água

Essa música do Chico Buarque também fala sobre a ditadura, sobre a repressão da época. Ele diz "já lhe dei meu copo, minha alegria" quer dizer, a alegria dele foi arrancada. "Por favor, deixe em paz o meu coração" ele diz, e esse era o desejo de cada um, que todo aquele sofrimento acabasse. O próprio nome da musica se refere à época, como ele diz na letra, "pode ser a gota d'água", quer dizer, as pessoas já tinham aguentado muitas coisas, sem poder se expressar. "Já estanquei meu sangue quando fervia" ele diz, esse sangue fervendo, se refere ao desejo de lutar pelos direitos, lutar para que tuda aquela situação acabasse. "
Deixe em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa" cada um estava "ferido", por todas as coisas que estavam acontecendo, cheios de mágoa. "E qualquer desatenção, faça não, pode ser a gota d'água" quer dizer que as pessoas já tinham passado por muita coisa, e qualquer outra que acontecesse, podia ser a gota d'água, ou seja, a população já não aguentava mais toda aquela tortura, toda aquela repressão.

Aqui está o link da música para quem desejar ouvir:
http://www.youtube.com/watch?v=jStx8oxtNCc

Postado por Aline Fonseca.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Frases de Chico Buarque




aqui algumas frases de músicas da autoria de Chico Buarque:


1) ''Por favor.Deixe em paz meu coração.Que ele é um pote até aqui de mágoa.E qualquer desatenção, faça não.Pode ser a gota dágua''


2) ''Olhos nos olhos, quero ver o que você faz.Ao sentir que sem você eu passo bem demais.Olhos nos olhos, quero ver o que você diz.Quero ver como suporta me ver tão feliz''


3) ''Oh, pedaço de mim.Oh, metade afastada de mim.Leva o teu olhar.Que a saudade é o pior tormento.É pior do que o esquecimento.É pior do que se entrevar''


4) ''Quero ficar no teu corpo feito tatuagem.Que é pra te dar coragem.Pra seguir viagem.Quando a noite vem.E também pra me perpetuar em tua escrava.Que você pega, esfrega, nega.Mas não lava.


5) ''O que será ser só.Quando outro dia amanhecer?Será recomeçar?Será ser livre sem querer?''



Chico buarque é um homem muito profundo e que apesar de críticas sobre ele, sabe muito bem criar frases belíssimas, que servem também para ajudar pessoas, e como todo poeta, expressar o seus sentimentos e sua opinião sobre determinado assunto.Ele é um homem muito admirado, principalmente por suas músicas e sua sabedoria de fazer com que uma simples palavra ou assunto tenha uma grande importância na vida e na cultura das pessoas. Na primeira frase ele fala de uma pessoa que não quer ser pertubada que já sofreu muito, tem muitas mágoas guardadas e que qualquer mágoa a mais pode ser o fim. Na segunda frase ele fala de uma pessoa que depois de uma separação está muito bem, talvez até melhor do que antes e quer mostrar para quem a abandonou. Na terceira frase ele está dizendo que a saudade é muito ruim, pior do que esquecimento, tormento, etc. Na quarta frase ele fala de uma pessoa que quer ficar de vez com a outra sem se desgrudar nunca mais. Na quinta frase ele faz uma pergunta do que seria ser sozinho, ser livre sem querer, etc.

postado por Andreza Dantas.

domingo, 20 de setembro de 2009

O Meu Guri (Chico Buarque)

Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí
Olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega no morro com o carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos tá um horror
Eu consolo ele, ele me consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro lado
E o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo de papo pro ar
Desde o começo, eu não disse, seu moço
Ele disse que chegava lá
Olha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri.

Essa música fala da dificuldade que muitos tem, mas quem quer chega lá, porque ele se esforçou, e muitos, que são pobres não estão nem aí com a vida, se refugiam em drogas, ao invés de subir na vida, se esforçar, pra conseguir ser alguém e não continuar do mesmo jeito, ser independente, então, pode ser rico ou pobre, todos têm que lutar para conseguir o que querem, apenas lutar e ser alguém.
Nicole Negreiros

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Cálice (Chico Buarque/Gilberto Gil)

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

Essa música do Chico Buarque também diz respeito a época da ditadura militar, e é mais um convite para que as pessoas se rebelassem contra o autoritarismo da época. Quando ele diz "cálice", está se referindo a ditadura, e vale lembrar que a palavra cálice tem o mesmo fonema que a palavra "cale-se", e assim Chico Buarque faz um jogo de palavras, onde quer passar essa ideia. Quando ele diz "de vinho tinto de sangue", representa as mortes, os assassinatos, que houveram na época. Fala a respeito da falta de liberdade. Quando ele diz "quero lançar um grito desumano, que é uma maneira de ser escutado" ele está retratando o desejo da população, que pudessem ser ouvidas pelos ditadores. Quando ele diz "como beber essa bebida amarga", quer dizer, amarga para toda a população, diante das opressões exercidas sob as pessoas. Criticando a ditadura e a falta de liberdade de expressão: “Pai, afasta de mim esse cálice” sendo sua intenção: “Pai, afasta de mim esse cale-se”. Retrata a insatisfação, o sofrimento da população por tudo o que aconteceu, o desaparecimento de presos políticos, o exílio, as torturas, a censura a dor das pessoas devido suas perdas, o desprezo a opinião pública e o tudo que envolve as grades que os aprisionavam mesmo dentro da liberdade por completa vigiada. Apesar de nós não termos vivido essa época, nós sentimos toda a dor da população, pois também fazemos parte dessa nação, e sabemos o quanto foi sofrido para conquistar a "liberdade" que hoje desfrutamos.

Video da música: http://www.youtube.com/watch?v=wV4vAtPn5-Q
Comentado por Aline Fonseca.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Amanhã, ninguém sabe (Chico Buarque)

Hoje, eu quero
Fazer o meu carnaval
Se o tempo passou, espero
Que ninguém me leve a mal
Mas se o samba quer que eu prossiga
Eu não contrario não
Com o samba eu não compro briga
Do samba eu não abro mão
Amanhã, ninguém sabe
Traga-me um violão
Antes que o amor acabqww
Traga-me um violão
Traga-me um violão
Antes que o amor acabe
Hoje, nada
Me cala este violão
Eu faço uma batucada
Eu faço uma evoluçao
Quero ver a tristeza de parte
Quero ver o samba ferver
No corpo da porta-estandarte
Que o meu violão vai trazer
Amanhã ninguém sabe
Traga-me a morena
Antes que o amor acabe
Traga-me uma morena
Traga-me uma morena
Antes que o amor acabe
Hoje, pena
Seria esperar em vão
Eu já tenho uma morena
Eu já tenho um violão
Se o violão insistir, na certa
A morena ainda vem dançar
A roda fica aberta
E a banda vai passar
Amanhã, ninguém sabe
No peito de um cantador
Mais um canto sempre cabe
Eu quero cantar o amor
Eu quero cantar o amor
Antes que o amor acabe



Essa música fala da alegria dele quando chegava o carnaval,e de quanto ele queira produzir umas paródias ,e de que em todo o carnaval ele queria encontrar uma morena que lhe desse um amor !!
E essa musica foi escrita na década de 90 quando o sol ainda reinava em sua porta em todo o carnaval!

Quem quiser ver um vídeo dessa musica entre no site http://letras.terra.com.br/chico-buarque/85838/ e escute essa bela música.


Comentado por Iasmim Lucena.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Biografia

Francisco Buarque de Hollanda, conhecido como Chico Buarque, nasceu no Rio de Janeiro, em 1944.Ele é um músico,dramaturgo e escritor brasileiro. Filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, iniciou sua carreira na década de 1960, destacando-se em 1966, quando venceu, com a canção A Banda, o Festival de Música Popular Brasileira . Em 1969, com a crescente repressão da Ditadura Militar no Brasil, se auto-exilou na Itália, tornando-se, ao retornar, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização do Brasil. Na carreira literária, foi ganhador do Prêmio Jabuti, pelo livro Budapeste, lançado em 2004.
Casou-se com e separou-se da atriz Marieta Severa, com quem teve três filhas: Sílvio, que é atriz e casada com Chico Diaz, Helena, casada com o percussionista Carlinhos Brown e Luísa. É irmão das cantoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina. Ao contrário do que tem sido propagado na internet, Áurélio Buarque era apenas um primo distante do pai de Chico. Ele faz parte da literatura e do teatro brasileiro. Ele deixou de participar de programas de televisão porque teve problemas com o apresentador Chacrinha por causa de uma piada sobre a letra da música Pedro Pedreiro, mas depois voltou a participar de um programa com Caetano Veloso. Muitas de suas músicas são referentes à ditadura no brasil em 1969. E ainda participou de alguns filmes. Chico Buarque de Hollanda, tem sua discografia completíssima desde que iniciou a sua carreira até hoje.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Buarque
Postado por Andreza Dantas.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Vai passar (Francis Hime/Chico Buarque)

Vai passar
Nessa avenida um samba
popular
Cada paralelepípedo
Da velha cidade
Essa noite vai
Se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram
sambas imortais
Que aqui sangraram pelos
nossos pés
Que aqui sambaram
nossos ancestrais

Num tempo
Página infeliz da nossa
história
Passagem desbotada
na memória
Das nossas novas
gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão
distraída
Sem perceber que era
subtraída
Em tenebrosas
transações

Seus filhos
Erravam cegos pelo
continente
Levavam pedras feito
penitentes
Erguendo estranhas
catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma
alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)

Palmas pra ala
dos barões famintos
O bloco dos napoleões
retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma
cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
geral
Vai passar.

A música feita por Chico Buarque retrata que no dia do carnaval, exatamente no local onde todos estavam brincando, foi um dia, na ditadura militar, um campo de batalha, em que ocorreram muitas mortes, exatamente quando ele fala ''...Que aqui passaram sambas imortais, que aqui sangraram pelos nossos pés...'' Isso tudo representa a época da ditadura militar, ele fala que os filhos levavam pedras como se fossem penitentes, ele diz também que eram lembranças, ou seja que aquilo havia passado e que ali, naquele momento, era o carnaval, e apesar de tantas mortes ter ocorrido no local, apenas se via a felicidade do carnaval em todos que ali estavam !

Postagem feita por Nicole Negreiros